O infinito e nós, os finitos
Rubi Rodrigues - 11/12/2022
RESUMO
A mente mística e mitológica do Período Imperial comungava diariamente com os deuses da criação e inquiria sobre as leis que regem o universo, na crença de que esse conhecimento lhe facultava navegação mais segura pela vida. O comportamento dos deuses indicava cuidados a serem tomados a fim de que a relação para com a natureza fosse harmoniosa. A dessacralização do mundo levou à hegemonia do modo científico de pensar e a um conceito de localidade universal restrito à materialidade, o qual, mediante a hipótese da imanência, dispensou completamente o concurso da transcendência. Mas, eis que a maturidade da física revela um mundo quântico que supera definitivamente o mundo visível e impõe a retomada do modo de pensar dos antigos, em virtude de este ser capaz de vislumbrar parcelas de mundo que se situam para além do visível e só podem ser acessadas pelo sentido da intelecção. Diante dessas circunstâncias, emerge o problema que, neste texto, procura-se elucidar: como restabelecer aquela intimidade ancestral para com os deuses – para com as leis universais –, em termos familiares à cultura científica do nosso tempo e sem invocar argumentos religiosos?
Palavras-chave: Cosmovisão. Leis universais. Inteligência criativa. Origem da existência. Modo de pensar de Platão. Arquitetura do universo. Ilimitado. Limitante. Infinito e finito.