TMC I - Módulo 25
Rubi Rodrigues - 07/06/2022
Teoria do Conhecimento I – módulo
25
No módulo 24, examinamos o processo de aquisição de conhecimentos preconizado pela teoria do
conhecimento potencializada pelo modelo dimensional. Naquela ocasião,
ressaltamos que o modelo dimensional configura referencial básico que permite
avaliar objetivamente em que medida o conhecimento produzido contempla toda a
extensão existencial do objeto e explicar igualmente os nexos lógicos que
justificam aquela forma de existir. Aqui, pretendemos examinar a questão também
crucial da suficiência do conhecimento coletado.
A identificação dos
nexos lógicos e ontológicos de um objeto serão minimamente suficientes quando o
conjunto de informações coletadas se mostrar suficiente para explicar a
existência do objeto, tomando-se o modelo dimensional como referência. Dado o
caráter cumulativo do processo universal de complexificação, o esgotamento da
inteligência organizativa do objeto configura-se impossível, uma vez que, em
última instância, a inteligência mais elementar de tudo o que hoje existe
remonta à organização inicial presente no nascedouro do universo. Em consequência,
podemos simplificar e assumir que conhecer integralmente a inteligência
organizativa de um objeto constitui uma impossibilidade prática.
Quanto ao conhecimento
mínimo que seja suficiente para justificar a existência do objeto e destacar as
suas propriedades, imaginamos que, com o tempo e a experiência no uso do
modelo, seja possível estabelecer padrões ou modelos descritivos mínimos que
sejam suficientes para diferentes finalidades. Sabemos que a busca de
conhecimento se faz sempre à vista de algum propósito ou de alguma necessidade
específica. Cada necessidade demanda certo domínio do objeto, em termos de grau
de profundidade ou de detalhes de conhecimento da compleição do objeto, para
possibilitar interação que seja adequada. Um motorista precisa conhecer o
veículo em alguma medida, para bem manejá-lo. Um mecânico que pretenda consertá-lo
precisa de um conhecimento mais profundo que o motorista. Um engenheiro que
projeta carros precisa dominar um conhecimento relativo ainda maior que, no
caso do motorista, resulta perfeitamente dispensável e virtualmente inútil.
Com isso, observa-se que,
embora, em termos gerais, a produção de conhecimentos objetive a elaboração de
inteligência interpretativa que descreva adequadamente a organização e as
propriedades do objeto, o grau de detalhamento dessa descrição dependerá sempre
dos propósitos do estudo e envolverá compulsoriamente uma limitação, estimada
como suficiente. Nesse aspecto, o método não consegue estabelecer um limite
formal fixo, em razão da variação das necessidades e dos propósitos que ensejam
os estudos.
De qualquer forma, o
domínio da arquitetura geral que formata o objeto permitirá que, sempre que uma
necessidade de informação adicional seja detectada, essa necessidade referir-se-á
a um ponto determinado da estrutura, e o analista saberá onde e com que lógica
deve buscar a informação complementar demandada.