Quem somos
Rubi Rodrigues - 22/04/2022
QUEM SOMOS
Somos
um grupo de pensadores que, desde 2008, reúne-se, semanalmente, às
segundas-feiras, em Brasília, para discutir filosofia. Identificado como grupo
das Segundas Filosóficas, acabamos criando, em 2013, site de trabalho, objetivando abrir aos interessados os resultados
de nossas pesquisas.
Meu
nome é Rubi Rodrigues, tenho 78 anos, sou o mais velho do grupo e autor das
concepções básicas em torno das quais o grupo, inicialmente, aglutinou-se. Tudo
começou em 1999, quando, depois de 18 anos de pesquisas, publicamos nosso
primeiro livro intitulado A razão holística – método para o exercício da razão.
Esse trabalho – que capitaliza proposição do pensador brasileiro Luiz Sérgio
Coelho de Sampaio (1933-2003), que entendia lógica como lei do pensamento e
identificava a existência de cinco lógicas distintas –, apresenta a tese de um logos normativo que, na condição de
referencial cognitivo, identifica e formaliza os cinco padrões de pensamento
facultados à espécie, possibilitando, assim, o uso metódico da razão.
O resultado
notável e imprevisto dessa obra foi um filho, o Jônatas Gustavo de Godoi
Rodrigues, graduado em tecnologia de processamento de dados, pelo Centro
Universitário de Brasília (UniCEUB) (1991-1995) e, também, especialista em
engenharia de software, pela
Universidade Católica de Brasília (UCB) (1996-1998), resolver estudar Filosofia
e conquistar o bacharelado pela Universidade de Santa Catarina (Unisul) (2008-2010),
tornando-se, a seguir, doutorando em Filosofia pela Universidade Católica de
Santa Fé, na Argentina, em 2012.
Um fato
específico provocou inflexão nos rumos das Segundas Filosóficas quando Jônatas
trouxe a notícia de que a exposição do pensamento de Platão realizada pelo
professor Juan Carlos Alby indicava um modo de pensar semelhante àquele patrocinado
pelo logos normativo, que ouvíamos nos encontros das Segundas Filosóficas.
Jônatas voltou tão entusiasmado com o que ouvira que o grupo resolveu mudar seu
foco de teoria do conhecimento e dedicar-se ao estudo da metafísica de Platão.
Descobrimos
a Sociedade Brasileira de Platonistas e passamos a acompanhar os encontros
nacionais anuais de Filosofia, voltados para estudos clássicos. Na medida em
que os estudos da obra de Platão avançavam, fomos percebendo que o logos
normativo concedia-nos acesso ao modo platônico de pensar, e, nos aspectos em
que a Academia formal encontrava dificuldades de entendimento, gerando dúvidas
e as mais diversas interpretações, o referencial do logos normativo revelava-nos
um pensamento límpido, sistemático e sem contradições.
Quando
o grupo conseguiu completar a migração da perspectiva metodológica e idealista
inicial para a perspectiva metafísica adotada por Platão, publicamos, em 2016,
um segundo livro intitulado Teoria dos
Princípios... de Platão?, em que, na primeira parte, descrevemos a nossa
interpretação da teoria dos princípios de que Platão se valeu na construção de
sua obra, mas que, por razões que não cabe discutir aqui, deixou de registrar
formalmente em seus diálogos. Na segunda parte, apresentamos as interpretações
das principais e mais complexas questões platônicas que a Academia enfrentava
sem lograr acordo geral.
Conforme
sedimentava-se o entendimento do grupo sobre a proposta educativa de Platão,
ficava igualmente evidente o seu valor atemporal e a necessidade e a carência
desse magistério, presentes neste período pós-moderno da civilização. Quando
nos convencemos de que o projeto educativo de Platão estendia-se até os nossos
dias, tornou-se evidente que precisávamos reativá-lo, ressuscitando a Academia
de Platão e o seu propósito de ajudar os homens a superar a caverna e, tal como
ele afirmava, sair à luz do sol da verdade.
Embora
em algumas palestras produzidas tenhamos contado com um número maior de participantes,
de um modo geral, os membros do grupo cabiam sempre em torno de uma mesa,
alguns sempre presentes, outros com presenças intermitentes, e outros ainda
como visitantes ocasionais. Entre os primeiros, relacionam-se Rubi Rodrigues,
economista e pesquisador em teoria do conhecimento; Jônatas G. de Godoi
Rodrigues, doutorando de Filosofia; César Dias Ribeiro, oficial superior da Aeronáutica;
Rogerounielo R. França, advogado; Wolf Dieter Rietz, pesquisador em bioenergia;
Myrtes Matos, psicoterapeuta e assistente social; Valter Curto, economista; Andrei
Deuschle, funcionário público; e Alvaro Tronconi, pesquisador em percepção
extra-sensorial. Entre os últimos, William Almeida de Carvalho, historiador; João
Francisco Guimarães, engenheiro; Márcio Américo Martins da Silva, Ulisses
Riedel e Ariel Gomide Foina, advogados; Maria Helena Leal Lucas e Chungtar
Choung Lopez, artistas plásticos; e Edrisi Fernandes, Gabriele Cornelli, Carlos
Luciano Coutinho e Rodolfo Lopes, professores de Filosofia. Quase todos ainda
envolvidos em atividades profissionais, de sorte que a Academia carece de
recursos humanos que permitam realizar grandes trabalhos.
Em
suma, temos um patrimônio valioso de conhecimentos e escassos recursos para o
seu melhor aproveitamento. Apenas o exemplo da natureza vegetal, mostrando que
a mais frondosa das árvores surge na vida como um frágil rebento, anima-nos a
lançar a Academia nas condições hoje disponíveis.